Objetivos: Comparar, in vivo, as técnicas direta e indireta durante tratamento ortodôntico fixo, da colagem até a descolagem. Métodos: Este estudo clínico prospectivo e randomizado split-mouth contou com a participação de 28 pacientes divididos aleatoriamente de quatro maneiras. Todos os pacientes receberam a colagem direta (CD), grupo controle em dois quadrantes, e a colagem indireta com adesivo (CIA) ou com resina flow (CIF), grupos experimentais nos outros dois. Os dados foram estatisticamente avaliados utilizando-se os testes T de student pareado e não pareado, Wilcoxon, Exato de Fisher, Qui-quadrado, Mann-Whitney, Análise de variância, Log-rank e curva de sobrevivência de Kaplan Meier (p<0.05). Resultados: O tratamento durou, em média, 19,8 (7,0) meses. O tempo clínico de colagem foi de 23m13s, 27m5s e 63m33s para os grupos CIA, CIF e CD (p<0,05), enquanto o tempo da etapa laboratorial foi de 62m7s. A remoção dos braquetes na técnica indireta foi mais rápida que a direta e apresentou 1,6 vezes menos dentes com 100% de resina residual aderida após a descolagem, porém a taxa de queda dos acessórios na técnica indireta foi significantemente maior (p<0,05). A maioria dos pacientes, consideraram a colagem indireta mais rápida e confortável que a direta (p<0,05), sendo preferida por todos e 96,2% dos pacientes refariam a colagem com esta técnica (p<0,05). A descolagem dos braquetes na técnica indireta foi percebida como mais rápida e confortável pelos pacientes (p<0,05), a remoção de resina foi ligeiramente mais rápida nessa técnica, independente da broca utilizada, sem significância estatística e os pacientes consideraram a borracha mais confortável e a broca metálica mais rápida, sendo esta, a preferida. A frequência do uso do fio dental reduziu-se em mais da metade (p<0.001) durante o tratamento e nos três índices periodontais avaliados, índices de sangramento gengival (ISG), placa visível gengival (IPVg) e placa visível ao redor do braquete (IPVb), não houve diferença estatística entre as técnicas direta e indireta e nem entre os quadrantes, exceto para o IPVg que foi maior nos dentes inferiores (p<0.001). Os três índices apresentaram maiores taxas nos dentes posteriores (p<0.01); os sítios mais afetados foram o distal, no ISG, e os proximais, no IPVg e as faces mais comprometidas foram as proximais, seguido da gengival no IPVb (p<0.001). Conclusões: A técnica indireta apresentou importantes vantagens em relação à direta, no que diz respeito ao tempo cronometrado e à percepção de tempo e conforto, tanto na colagem quanto na descolagem. Além disso, a técnica indireta apresentou menos remanescente de resina. A higiene oral e os índices periodontais foram similares entre as duas técnicas e suas únicas desvantagens foram o tempo laboratorial, aumentando o tempo total, e a menor taxa de sobrevivência dos braquetes em tratamentos longos envolvendo até segundos molares.