O objetivo desse estudo foi avaliar, in vitro, a influência mecânica do tipo de ancoragem (monocortical ou bicortical), utilizada na técnica de expansão rápida da maxila apoiada em mini-implantes (MARPE), na microarquitetura óssea trabecular onde o disjuntor é instalado, e, analisar, através de revisão sistemática e meta-análise, os efeitos desta técnica na espessura da tábua óssea vestibular dos dentes de suporte, comparando com a técnica de expansão convencional. Dezesseis mini-implantes do tipo auto-perfurantes foram distribuídos em dois grupos (dois dispositivos MARPE com 4 mini-implantes cada grupo) de acordo com o tipo de inserção óssea (monocortical e bicortical), instalados em osso de costela bovina, e, ativados em cinco tempos distintos onde a cada ativação, o corpo de prova era microtomografado. O espaçamento das trabéculas (Tb.Sp [mm]) foi o parâmetro utilizado para avaliar a microarquitetura óssea em cinco regiões de interesse (ROI) peri-implantar (osso ao redor do dispositivo, superior, inferior, anterior e posterior). O teste ANOVA two-way com análise post-hoc de Tukey (α = 0,05) foi usado para avaliar o efeito do tipo de inserção na microarquitetura óssea durante os ciclos de ativação. O efeito do tempo foi avaliado usando o teste ANOVA-MR com correção de Bonferroni (α = 0,003). Para responder à pergunta da revisão sistemática (o osso alveolar vestibular é menos afetado pela técnica MARPE do que pela expansão rápida da maxila convencional?), as bases PubMed (MEDLINE), Scopus, Web of Science, The Cochrane Library, Virtual Health Library e OpenGrey foram utilizadas até março de 2019. Avaliações de risco de viés foram realizadas usando as ferramentas Cochrane Collaboration e ROBINS-I. No estudo in vitro, apenas o ROI superior (cervical) teve diferença significativa (p <0,003) após o quarto ciclo de ativação ao longo do tempo entre as ativações. Para o grupo monocortical, o espaçamento trabecular foi afetado quando todo o ROI foi analisado a partir do quarto ciclo de ativação, enquanto para o ROI superior, essa diferença tornou-se aparente a partir do terceiro ciclo de ativação (p <0,003). Em relação a revisão sistemática, as evidências limitadas indicaram que pacientes tratados com a técnica convencional tiveram uma perda maior da espessura óssea alveolar vestibular em comparação com pacientes usando MARPE (p=0,001). As análises de subgrupo mostraram que as diferenças foram significativas em ambas as regiões de pré-molares, direita (p = 0,004) e esquerda (p <0,0001). Baseado nos resultados encontrados pode-se concluir que a ancoragem monocortical é mais suscetível a danos ósseos ao redor dos mini-implantes, sendo a região superior mais afetada. Assim como, evidências limitadas sugerem que o MARPE pode diminuir a perda do osso alveolar vestibular quando comparado a técnica de expansão convencional.